sexta-feira, 13 de abril de 2007

SIDA: Informação sobre sida não basta para mudar comportamentos de risco

A transmissão de informação sobre as vias de contágio e as consequências da sida não chega para prevenir comportamentos de risco, revelam dois estudos feitos por investigadores da Universidade Lusófona junto de adolescentes e jovens adultos que serão apresentados no 8.º Congresso Mundial de Adolescência que começa hoje e termina no sábado, em Lisboa.Tendo em conta que o grosso dos infectados com HIV/sida em Portugal têm entre 20 e 40 anos e que o período de incubação da doença ronda os dez anos, a maior parte terá sido infectada na adolescência ou no início da idade adulta. Quem o afirma é Marina Carvalho, docente de Psicologia na Universidade Lusófona, em Lisboa, e uma das autoras dos estudos que vão ser apresentados num evento organizado pela secção de Medicina do Adolescente da Sociedade Portuguesa de Pediatria em conjunto com a International Association for Adolescent Health.É assim que a prevenção de comportamentos de risco nestas faixas etárias é fundamental, defende a psicóloga. De acordo com dois estudos que assentam em inquéritos, feitos entre 2003 e 2004 junto de 762 adolescentes e 1356 jovens adultos de todo o país, a maior parte dos inquiridos diz estar informada sobre as vias de transmissão e as consequências da doença, mas mesmo assim não alteram os seus comportamentos de risco.O estudo conclui que existe um défice de motivação para mudar de comportamento. No entender de Marina Carvalho, falta dotar os jovens de "aptidões comportamentais", ou seja, por exemplo de ensinar os jovens a terem a capacidade suficiente para dizerem "não" a uma relação sexual não protegida e, ao mesmo tempo, a muitos falta a capacidade para saber usar o preservativo. Não basta informar e dizer que se deve usar sempre o preservativo, é preciso ensinar a usar, preconiza. "É preciso ter a certeza que a informação é transmitida e bem percebida".Os adolescentes e jovens inquiridos percepcionam as consequências negativas (infecção com HIV) de comportamentos sexuais de risco como sendo a muito longo prazo e vêem sobretudo os seus benefícios a curto prazo. Se ficarem infectados, só terão um diagnóstico daqui a dez anos, altura em que a sida terá ainda mais o estatuto de doença crónica com a qual se pode viver, refere Marina Carvalho.A psicóloga afirma que a maior parte das campanhas institucionais continua a assentar na transmissão de informação, que pode mudar alguns comportamentos, mas não a maioria e não a longo prazo.Já a psicóloga e professora da Faculdade de Motricidade Humana, em Lisboa, Margarida Gaspar de Matos, outra das oradoras do congresso, defende que é urgente criar "uma área curricular da educação para a saúde nas escolas", em idades entre os nove e os 15 anos. "Fazer acções informativas é mandar dinheiro pela janela", o mesmo acontecendo com o "tentar meter medo" aos adolescentes em relação aos vários riscos a que estão expostos, como o consumo de substâncias e a ingestão de bebidas alcoólicas, remata.

Fonte: Público OnLine

Seropositivos que não desenvolvem a doença ajudam em testes para futura vacina

Uma equipa de cientistas franceses identificou, com o objectivo de elaborar uma vacina, o mecanismo de defesa imunitária em seropositivos que não desenvolvem a doença.

O estudo foi elaborado com 11 seropositivos que não desenvolveram a doença, apesar de ter sido diagnosticada há mais de dez anos. “Chamou-nos a atenção que, embora estejam infectados pelo vírus, estão perfeitamente bem e sem tratamento", afirmou ao jornal francês “Le Fígaro”, Jean-Fraçois Delfraissy, líder do estudo e director da Agence Nationale de Recherches sur le Sida (ANRS). Esta categoria de doentes representa menos de 1% dos seropositivos, sendo que a particularidade destes pacientes reside no facto dos linfócitos T CD8 serem capazes de reconhecer as células infectadas e aniquilá-las.

Os cientistas que trabalham no projecto concluíram que o problema da Sida não é virológico, mas imunológico. Em testes in vitro, os cientistas constataram que os linfócitos T CD8 dos pacientes identificam e matam, de forma potente e rápida, as suas próprias células CD4 infectadas pelo HIV, mas ainda não conseguiram identificar os mecanismos internos do processo. O objectivo agora é obter, através de métodos de estimulação do sistema imunitário, os linfócitos T CD8 com o mesmo perfil. Numa segunda fase, os cientistas pretendem procurar os marcadores genéticos no genoma dos seus pacientes para encontrar a chave da capacidade de luta contra a doença, apesar de continuarem a poder transmitir a doença.

SIDA: OMS congratula-se com baixa de preços de anti-retrovirais

Nova Iorque, 12/04 - A Organização Mundial da Saúde (OMS) saudou a decisão dos laboratórios Abott, sedeados nos Estados Unidos, de reduzir consideravelmente o preço dos anti-retrovirais (ARV) da segunda intenção, indica um comunicado da OMS publicado quarta-feira em Nova Iorque.

O medicamento Lopinavir/Ritonavir (LPV/r), comercializado com o nome de Kaleta/Aluvia, é considerado como um ARV da segunda intenção, eficaz no tratamento e no controlo do HIV/Sida, aumentando a sua procura.

A OMS declarou que o desenvolvimento é "animador com o aumento de pessoas tratadas com ARC nos países de fracos e intermediários rendimentos".

"Esta tendência deve-se ao aumento do número de pessoas que solicitam o acesso aos ARV da segunda intenção, na medida em que se desenvolvem resistências aos tratamentos da primeira intenção", acrescenta OMS, prometendo continuar a colaborar com os países, com os sidosos e com organizações e indústrias farmacêuticas para reforçar o acesso aos ARV.

"A OMS compromete-se a trabalhar até 2010 com vista ao acesso universal aos serviços de prevenção do HIV e ao tratamento de pessoas portadoras do HIV/Sida", lê-se no comunicado.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Apoio aos doentes com Sida


Descrição
É um serviço de aconselhamento telefónico gratuito que funciona a nível nacional. O atendimento é realizado por técnicos com formação específica na área do VIH/Sida e do aconselhamento telefónico.
Entidade Responsável
Liga Portuguesa contra a SIDA
Endereço
Liga Portuguesa contra a SIDA – Rua do Crucifixo, n.º40, 4.º Esq.- 1100-183 Lisboa
Título
Linha SOS SIDA
Telefone de Contacto
213 479 376; 213 225 575; 213 225 576
Fax
213 479 376

Sida em Portugal

Em apenas três meses foram registados 884 novos casos de VIH em Portugal, segundo resultados publicados no boletim do Centro de Vigilância Epidemológica das Doenças Transmissíveis (CVEDF) do Instituto Nacional de Saúde.
Entre 1 de Janeiro e 31 de Março, o Centro recebeu o maior número de casos desde que a epidemia entrou no país. Dos 884 casos, 55 por cento não apresentam sintomas da doença, 35,7 por cento são de sida em estado visível, 9,3 por cento estão numa fase intermediária. As idades destes seropositivos vão dos 25 aos 39 anos, e 83,8 por cento são homens.
O total de casos oficiais de VIH em Portugal são 13 287, mas os cálculos apontam para 30 mil. Destes casos identificados, 51,7 por cento são de sida, 9,3 por cento são intermediários e 39 por cento são seropositivos. De acordo com estes resultados a fase intermediária é muito reduzida, o que poderá indicar ou um rápido desenvolvimento do vírus ou uma tardia descoberta do mesmo.
Os toxicodependência continua a liderar as causas de transmissão com 33 por cento do total dos casos, seguida pela heterosexualidade (26,6 por cento) e homo/bisexualidade (28 por cento), o que contraria a ideia de que "a sida é a doença das prostitutas e dos homosexuais".

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Aposta na Prevenção

O Ministro da Saúde, Correia de Campos, afirmou em Genebra, perante a 58ª Assembleia da Organização Mundial da Saúde (OMS), que a Sida necessita de “uma actuação urgente no relance da prevenção”. A aposta passa por realizar acções de sensibilização que levem "à modificação efectiva de comportamentos", numa altura em que voltam a crescer as infecções entre heterossexuais, fruto de um relaxamento das precauções, e em que a doença atingiu os "quase mil óbitos anuais e elevadas taxas de incidência".

Fonte: Jornal de Notícias.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Campanha de sensibilização contra a SIDA

É importante conhecermos os riscos, para podermos viver a vida intensamente!

Desumanização dos cuidados de saúde no doente com SIDA

O interesse por este tema surgiu a partir de uma reflexão sobre o papel do profissional de saúde nos atendimentos realizados em ambiente hospitalar
As implicações da reacção social à sida são muitas. Ao ser transmitida uma mensagem latente que se a pessoa não pertence aos principais grupos de risco está à partida imune, estamos a contribuír para uma maior disseminação da doença. Consequentemente as pessoas afectadas com SIDApassam a ser consideradas vítimas culposas do seu estatuto, pois se não tivessem este ou aquele comportamento desviante não estariam certamente doentes.

A sociedade ao admitir a culpabilidade das pessoas na sua própria doença, admite também que é legítimo ignora-las ou pior ainda distanciar-se delas, pois a doença é contagiosa e mortal.

Outro grupo da sociedade que pode reagir de forma negativa à doença, é composto pelos técnicos de saúde. Estes profissionais que lidam diariamente com pacientes contaminados por este vírus o da sida sofrem problemas específicos que por sua vez se vão reflectir na relação com a pessoa seropositiva.

Para nos podermos orientar e sendo a sida uma doença fatal que atinge uma faixa etária relativamente jovem (menores de 45 anos) confronta muitas vezes os técnicos de saúde com um sentimento de impotência e frustração face a este vírus mortífero. Por outro lado, a circunstancia da doença ser contagiosa, por via sanguínea e pelas secreções sexuais, representa um risco acrescido para estes profissionais, uma vez que estes prestam cuidados médicos ou de enfermagem que envolvem, actos em que esse perigo é mais iminente.

sexta-feira, 30 de março de 2007

A Sida e suas consequências sociais

Breve perspectiva histórica da sida

Foi no ano de 1981 e nas cidades norte – americanas de S. Francisco e de Nova Iorque, que foram identificados os primeiros pacientes com sida (D.Miller1988).
Não deixa de ser estranho que os primeiros casos de sida tenham sido só descobertos em 1981.
Porque terá esperado o vírus até ao final do século para se manifestar? Terá sido verdade que só recentemente se terá manifestado no nosso planeta?
Estudos retrospectivos sobre soros, conservados desde a década de 70, fornecem alguns esclarecimentos sobre estas questões.
Entre 1971 e 1980, uma equipa de médicos belgas recolheu soros de raparigas zairenses que tinham recentemente dado á luz. A finalidade na altura era o estudo de hepatite B e infecção extremamente frequente naquela região de Africa. Por sorte estes soros tinham sido congelados, o que iria permitir realizar a pesquisa de anticorpos característicos da infecção pelo HIV. Os resultados destes estudos, demonstram que dos oitocentos soros colhidos em 1970, apenas dois eram seropositivos, o que demonstra que apenas 0,25 por cento das mulheres estudadas se encontravam contaminadas.
Em contrapartida em 1980, relativamente a um grupo análogo de mulheres três por cento dos soros eram seropositivos. Foi portanto concluído que o vírus da SIDA já existia no Zaire em 1970, embora muito pouco difundido.
Ao longo de 10 anos, a transmissão do vírus nesta região revestia-se já de algum significado. Por outro lado, sabia-se que existia uma muito maior variedade de estirpes na Africa Central do que em qualquer outra parte do mundo. Tudo leva a crer que os vírus da SIDA seriam provenientes de África e que seria a partir dai que eles teriam gradualmente propagado pelo mundo inteiro.

Aspectos sócio culturais na Sida

As características do cenário em que a Sida entrou em cena, na nossa sociedade, suscitou de imediato uma resposta social que foi essencialmente discriminatória e culpabilizadora para a maioria das pessoas afectadas
A evolução histórica da sida, foi criando um estigma em torno da doença, que afectava grupos sociais já por si rejeitados pela própria sociedade, como são os homossexuais, prostitutas e toxicodependentes. Com a introdução da doença, a sociedade passa a admitir que esses grupos tinham agora um “castigo” pelos seus comportamentos de transgressão á norma social.
Movimentos religiosos num mau aproveitamento desta situação dramática, afirmaram que cada doença era um castigo de Deus relativamente ao pecado da sexualidade, origem deste flagelo. Confundia-se contágio com transmissão quando, de facto, esta doença não é contagiosa, é simplesmente transmitida, provocou-se o medo colectivo que gerou a marginalização sistemática de todos os infectados com HIV.
Situações como esta deram origem à exclusão social dos doentes com Sida, muitos deles culpabilizados pelo comportamento sexual, estigmatizados por julgarem constituir uma ameaça para a saúde publica e quase abandonados á sua própria sorte por não merecerem solidariedade dos outros cidadãos.
Em todos os terrenos e com todas as armas, combate-se o vírus da sida e o não menos insidioso vírus da descriminação.

Não podemos passar ao lado desta situação sem que seja feita a justiça das palavras que estamos a utilizar. O termo discriminar significa fazer discriminação!
Na esfera do direito, a Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1966, em seu artigo 1º, conceitua discriminação como sendo: “Qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor descendência ou origem nacional ou étnica que tenha o propósito ou o efeito de anular ou prejudicar o reconhecimento, gozo ou exercício em pé de igualdade de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, económico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública. ‘


Será que este artigo é mais um no meio de tantos outros?
De que morrem os seropositivos de doença, discriminação, marginalização, enterro da imagem social, solidão ou tristeza?
E se as pessoas fossem discriminadas e culpabilizadas quando estão constipadas, afinal também são responsáveis por estarem doentes e alem do mais também podem transmitir a constipação!?
Porque será que continuamos a discriminar sem pensar? E se fosses tu como te sentirias?

As implicações da relação social da Sida

O facto de inicialmente ter sido transmitida a mensagem de que a pessoa que não pertencia aos principais grupos de risco, estava á partida imune, deve de ter contribuído para uma maior disseminação da doença. Paralelamente a este acontecimento as pessoas afectadas com Sida passam a ser consideradas vítimas “culposas” do seu estatuto, visto que se não tivesse aquele comportamento desviante certamente não estariam doentes.
A sociedade ao admitir a culpabilidade das pessoas na sua própria doença, admite também que é legítimo ignora-las ou pior ainda distanciar-se delas.
Como consequência desta situação, instala-se um pouco a revolta social contra estes doentes, visto que para alem do perigo de infecção que representam, também são considerados grande sobrecarga financeira para a sociedade em geral.
As consequências desta atitude social, reflecte-se em diversas questões de natureza prática e ética das pessoas afectadas, tais como:
· Marginalização no emprego: sendo os doentes despedidos ou reformados prematuramente dos seus postos de trabalho. Esta situação para alem de corresponder a uma limitação financeira também contribuiu para uma limitação no campo interpessoal;
· Companhias de seguros que começam a impor medidas severas: restringindo ou mesmo rescindindo contractos estabelecidos inicialmente com seropositivos;
· Lazer: a população sadia manifesta claramente os seus receios de convivência com pessoas afectadas, optando infelizmente por um afastamento e discriminação.

Uma possível explicação para estas atitudes em massa de uma mesma sociedade, deve-se em parte à exploração sensacionalista dos meios de comunicação social potencializada por um cepticismo relativamente aos avanços da ciência que não tinham progredido para conseguir proteger e tranquilizar a população, relativamente a riscos reais de transmissão.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Quando no início desta semana decidir colocar um post acerca da discriminação dos doentes com HIV e coloquei o filme em que um individuo andava na rua com uma placa a dizer "Free Hugs", ainda não sabia da existência dos "Oscars YouTube 2007". Qual não é a minha surpresa quando ontem, dia 27 de Março, estava a ler o Jornal de Notícias e aparece uma notícia sobre estes oscars, que começa assim: "Comunidade online ficou ontem a conhecer os utilizadores mais originais e criativos de 2006. YouTube premeia os que contribuiram para que a empresa se tornasse no fenómeno da internet.".
Estes prémios estavam divididos em 7 categorias: Criatividade, Inspiração, Série, Comédia, Música do Ano, Videocomentário e Vídeo mais adorável. O filme postado neste blog está entre um dos vencedores, venceu o prémio de inspiração. Relembro que este vídeo foi inspirado numa sociedade desligada e com falta de contacto humano, na qual a missão de Juan Mann era conseguir abraços de estranhos com o objectivo de alegrar mais as suas vidas!

segunda-feira, 26 de março de 2007

Sida

A sida não se transmite por um abraço ou um carinho. Não à discriminação dos doentes com HIV!

sexta-feira, 23 de março de 2007

Sabia que?


Sabia que a fita vermelha é um símbolo da solidariedade pelas pessoas infectadas com o VIH e por aquelas que têm de viver com SIDA?

quinta-feira, 22 de março de 2007

Family Guy - Aids Song

uma maneira engraçada de ver um problema real...

Filme - "Filadélfia"


Andrew (Tom Hanks), um jovem e promissor advogado, é despedido da firma em que trabalha. Dizem-lhe que não tem capacidade para o lugar. Andrew sabe que é devido a ter contraído SIDA. Determinado a defender a sua dignidade e a sua reputação profissional, Andrew contrata Joe Miller (Denzel Washington), um anónimo advogado especializado em casos de ofensas pessoais, para processar os seus ex-patrões por despedimento sem justa causa. A amizade entre eles vai crescendo à medida que a sua causa triunfa e a sua coragem ultrapassa o preconceito e a corrupção dos seus poderosos adversários.

O filme aborda a descriminação existente em relação a pessoas que possuem o vírus HIV, mostra que mesmo que estas tenham conhecimento que este apenas se transmite através do contacto com sangue, secreções vaginais e esperma, tendem a manter uma certa distância e receio das pessoas portadoras do vírus. É um filme muito interessante para as pessoas reflectirem e perceberem que podem conviver perfeitamente com pessoas que possuam o vírus. É ainda um filme sobre a integridade e a dignidade humana.

SIDA



O que é a Sida?


A palavra SIDA é formada pelas primeiras letras duma situação clínica muito grave, designada por SINDROMA DE IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA.

É uma doença provocado por VÍRUS, designados por HIV1 e HIV2 da família dos retrovírus.

Uma vez instalado esse vírus, para se desenvolver e reproduzir, invade e destrói certo tipo de células do sangue (os Linfócitos T 4), que são responsáveis pela defesa do nosso organismo contra Infecções e contra Tumores (na imagem aparece o vírus VIH a invadir um linfócito).
Esta doença, na fase final de evolução, provoca portanto uma diminuição total da capacidade do nosso organismo de resistir a infecções, mesmo as mais simples e mais correntes, tornado-as tão graves e tão difíceis de tratar, que acabam por conduzir à morte.

Teste do despiste do VIH

Estava aqui a efectuar umas pesquisas na internet e pensei que talvez fosse importante esclarecer os nossos leitores acerca de como e onde efectuar um teste para despiste da infecção por VIH.
As pessoas que tiverem razões para acreditar que tiveram comportamentos de risco relativamente à infecção do VIH, ou que viveram situações em que poderiam ter sido infectadas pelo VIH, podem e devem decidir submeter-se a um teste de despiste do VIH. Trata-se de uma decisão pessoal.
O teste de despiste é comparticipado e qualquer médico o pode mandar fazer.
Para além disso, já existem serviços de despiste anónimo do VIH que permitem efectuar o teste sem necessidade da pessoa se identificar. Os CAD são centros de diagnóstico que permitem o acesso voluntário, confidencial e gratuito ao teste da SIDA, possibilitando a detecção precoce da infecção VIH. A existência de uma rede nacional de CAD permite, assim, o fácil acesso dos cidadãos aos locais onde podem realizar o teste da SIDA, quer próximo da sua área de residência, para maior comodidade, como em zona geográfica distinta, nos casos em que assim o desejem.
O teste não constitui uma solução das medidas de prevenção, uma vez que não oferece à pessoa qualquer tipo de protecção contra o riscos de infecção.
Para se estar em condições de detectar a presença de vírus , deve decorrer um prazo de 3 meses entre a data provável do inicio da infecção e a data da realização do teste.
Uma pessoa que tenha razões para acreditar poder ter sido infectada, deve deixar passar 6 semanas antes de efectuar o teste, para que o resultado seja seguro. Durante este período, como em qualquer outra altura, é importante tomar medidas de precaução para evitar os riscos de transmissão do vírus.
Mais informação em http://www.aidsportugal.com/

Prevenção da Transmissão do HIV

Como os meus colegas referiram tudo e mais alguma coisa acerca da problemática da SIDA, acho muito importante abordar quais as estratégias de prevenção a este tipo de VÍRUS, pois na minha opinião, acho cada vez mais necessário investir na Prevenção, de modo a reduzirmos o número de casos.Assim passarei a redigir alguns dos conselhos e actividades para se prevenir a infecção:
  • usar sempre preservativo nas relações sexuais;
  • não partilhar agulhas, seringas, material usado na preparação de drogas injectáveis e objectos cortantes (agulhas de acupunctura, instrumentos para fazer tatuagens e piercings, de cabeleireiro, manicure);
  • Além dos preservativos comuns, vendidos em farmácias e supermercados, existem outros, menos vulgares, que podem ser utilizados como protecção durante as mais diversas práticas sexuais;
  • É importantissimo e é preciso ter muito cuidado na manipulação de objectos, uma vez que, se estiverem em contacto com sémen, fluidos vaginais e sangue infectados, podem transmitir o vírus.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Entrevista a Odete Ferreira

Na revista Visão desta semana, encontra-se uma entrevista a Odete Ferreira, que foi pioneira da investigação sobre Sida em Portugal e colocou o País na imprensa internacional, ao identificar o HIV-2. A sua carreira acaba de valer-lhe o Prémio 2006 da Universidade de Lisboa, atribuído pela primeira vez.

Passaremos a publicar a entrevista, na íntegra:

Com este prémio chegam-lhe 25 mil euros. Irão ainda para a Sida?
Sim. Quero preservar para o futuro todas as estirpes de vírus que isolámos. E só do HIV-2 temos mais de cem. Por isso, a maior parte do dinheiro será para criar uma viroteca e uma seroteca, destinadas a conservar os vírus e os soros, que serão um manancial para investigação. Registaremos não só as diferentes estirpes, como a evolução que sofreram ao longo dos anos em Portugal.

Em 1984, que portas lhe abriu a identificação do HIV-2?
Estava a trabalhar com Luc Montaigner (o francês que isolou o vírus da Sida), mas tinha a minha equipa em Lisboa. Depois de ele confirmar os nossos resultados, veio a Portugal comunicar à sociedade científica, na Gulbenkian, que havia um segundo vírus da Sida. Isso valeu-me passar a ter ajuda financeira. Pela primeira vez, ganhei mil contos e consegui montar o meu laboratório. Até aí trabalhava no vírus da Sida como o Pasteur tinha trabalhado nos dele.

Isso significa o quê?
Que não tínhamos condições de protecção. Trabalhava à noite, para não haver confusões e não contaminar ninguém. Depois pude também criar o Centro Patogénico Molecular com dinheiro da Comunidade Europeia, que financiou 87% do projecto. Ao governo português cabiam os restantes 13% do financiamento, que me custaram muito mais a conseguir.

Se não tinha condições, como isolou o vírus?
Durante ano e meio, fui a única pessoa a fazer, em Portugal, detecção de anticorpos contra a Sida. Andava pelos hospitais e encontrei no Egas Moniz, em Lisboa, um grupo de doentes, vindos de África. As análises serológicas deles davam negativas, mas convenci-me de que estavam infectados com uma estirpe diferente do HIV-1. Levei a França amostras de sangue e eles conseguiram isolar o vírus em 13 das 15 que recolhera. Informaram-me então de que esse vírus tinha 35% de diferença do HIV-1, o que, pelas normas internacionais, significa que se encontrou um novo tipo de vírus, o HIV-2 neste caso.

Imaginava, então, que o combate à Sida pudesse ainda hoje não ter terminado?
Desde o inicio que estive pessimista. Achei que íamos ter uma epidemia ou pandemia e que ela seria um teste aos sistemas de saúde dos vários países. E veio, de facto, provar até que ponto a maioria deles era frágil.

Em Portugal, o que tem falhado?
A falta de educação sexual nas escolas, logo a partir dos 8 a 10 anos. Devia desmitisficar-se um pouco o corpo, até porque somos o país da Europa com maior percentagem de grávidas adolescentes. Também hoje praticamente não há campanhas de prevenção. Quando fui presidente da Comissão de Luta Contra a Sida (1992-2000), fizemos um manual para toxicodependentes usando o jargão deles e outro em crioulo. Além disso, íamos ao Casal Ventoso e ao Intendente para falar com toxicodependentes e prostitutas.

Quando pensa que haverá uma vacina?
Acho que nunca. Posso estar enganada, mas apesar de tecnologia e do dinheiro investidos, mais de 20 anos de tentativas deram em nada. Não conhecemos a proteína do vírus que desencadeia a doença. E ele muda com grande facilidade. Há muitos subtipos, tanto do HIV-1 como do HIV-2 e, assim, teria de fazer-se um cocktail de todos eles ou, pelo menos, de arranjar uma vacina para casa continente. Creio que a resposta estará nas mãos dos imunologistas, que descobrirão a forma como o nosso sistema imunitário poderá proteger-nos.

Fonte: Revista Visão, por Emília Caetano

segunda-feira, 19 de março de 2007

Como se transmite o VIH?

Os doentes com SIDA, são muitas vezes discriminados na nossa sociedade. Esta discriminação está essencialmente relacionada, e em minha opinião, com a falta de esclarecimento acerca da doença e das suas vias de transmissão.
Por isso, pareceu-me muito importante esclarecer acerca das via de transmissão desta doença.
A SIDA (Síndroma da Imunodeficiência Adquirida) é provocada por um vírus chamado VIH (vírus da imunodeficiência humana). Este vírus ataca o sistema imunitário responsável pela defesa do organismo humano contra todo o tipo de micróbios que o agridem.
Apesar dos esforços desenvolvidos pela investigação científica de todo o mundo, a SIDA é uma doença mortal para a qual ainda não existe vacina nem cura.
Então de que forma se pode transmitir a SIDA?

c Transmissão Sexual (Heterossexual e Homossexual): OVIH está presente no esperma e nas secreções vaginais da mulher, incluindo o fluxo menstrual.
As relações sexuais com penetração anal ou vaginal, podem transmitir o VIH. O sexo oral pode transmitir o VIH se existirem lesões na boca mesmo mínimas.
O preservativo é actualmente o único meio, que quando usado correctamente evita a transmissão do vírus da SIDA.

c Via Sanguínea: A partilha de agulhas e seringas contaminadas pode transmitir o VIH. As colheres e os objectos usados na preparação da droga podem estar igualmente contaminados, pelo que também não devem ser partilhados.
As agulhas de acupunctura e tatuagem, lâminas d barbear e instrumentos de furar orelhas , assim como instrumentos de manicure, de dentistas e cirúrgicos podem transmitir o VIH, pelo que devem ser desinfectados ou esterilizados após cada utilização.

c Transmissão Vertical: Uma mulher grávida portadora do VIH pode transmiti-lo ao seu filho na gravidez, parto ou durante a amamentação.

O VIH não se transmite:
- através de saliva, suor, lágrimas, espirros ou tosse;
- por picadas de mosquitos ou outros insectos;
- no contactos sociais, tais como: aperto de mão, abraços e carícias;
- pela louça (pratos, copos, chávenas,...) e talheres;
- na casa de banho, piscinas, ginásios e transportes públicos;

Podemos então viver, comer, abraçar estudar ou trabalhar com uma pessoa portadora do vírus da SIDA sem corrermos qualquer tipo de risco.

Sida, no da - Spot contra el SIDA (TVE, 1988)

Achei este video acerca das formas de transmissão da Sida muito engraçado, por isso decidi colocá-lo aqui!

sexta-feira, 16 de março de 2007



Sida

Já toda a gente sabe que a sigla SIDA significa Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, toda a gente sabe que é uma doença para a qual não existe cura e que neste momento é a doença que mais pessoas mata em todo o mundo. Hoje em dia mais que nunca devemos nos proteger, eu sei que isto parece a conversa das nossas mães, mas a verdade é essa, não nos podemos dar ao luxo que confiar a nossa “vida” assim a qualquer pessoa, pois ao contrário do que muita gente pensa a sida não se transmite apenas pela via sexual.
Em caso de dúvida deve-se realizar um exame para confirmar ou tirar duvidas que possam existir quanto ao contágio da doença.
Como futuro profissional de saúde apesar de ter uma opinião formada sobre a SIDA surgem-me muitas dúvidas na cabeça sobre a sida. Duvidas que devem surgir a muitas pessoas, como por exemplo sei que se podem fazer exames para diagnóstico do vírus, mas onde é que eles se fazem?
Resumindo muitas são as duvidas que eu e toda a gente tem, mas agora gostaria de chamara a atenção dos leitores para um aspecto que eu acho muito importante. Que papel tem o nosso governo no meio desta historia toda? De que forma o governo toma medidas para ajudar a resolver um problema real que pode afectar qualquer um independente de raça ou religião? De que forma a própria organização da luta contra a sida faz algo concretamente para ajudar a prevenção, tanto primaria com secundaria desta doença auto imune?
Eu atrevo-me a responder a estas perguntas todas de uma forma muito simples, resposta é NADA…
O nosso governo da mais ênfase a eventos desportivos, que admitindo que elevam o nome do nosso pais continuam a ser gastos exorbitantes e superfulos, quando estes poderiam ser investidos em investigação, hospitais, cuidados paliativos, etc.
É inadmissível constrói-se estádios de orçamentos astronómicos quando um doente com sida muitas vezes precisa de andar a pedir esmolas para comprar os seus medicamentos.
E em relação a própria a organização que se diz ser de combate a sida, que vê feito por ela? Mais uma vez a resposta é NADA, vê-se sim grandes festas organizadas para os VIP`s com a desculpa de ser de angariação de fundos, mas para onde vão esses fundos?
Porque será que numa instituição de solidariedade a sua presidente recebe um salário de primeiro-ministro?
Todas estas perguntas muitas delas sem resposta levam-me a acreditar cada vez menos que a cura da sida ira sair se algum laboratório farmacêutico apoiado pelo governo, e faz-me acreditar cada vez mais que a curam depende exclusivamente de nos próprios e dos esforços que cada um faz para ajudar neste flagelo que é esta doença. Acho que aqui consigo chegar a todos com o meu ponto de vista para o que esta mal no combate a esta doença, poderia também em vez de só criticar dar ideias par mudar um pouco as coisas mas isso já seria snobismo da minha parte ao queres mudar tudo de uma só vez.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Olá, sendo este um site diferente e querendo visar por essa qualidade, aqui não vamos usar estatísticas, nem tabelas, nem mesmo fotos chocantes com as quais qualquer um poderia ficar impressionado. Vamos em vez disso usar a nossa opinião para tentar sensibilizar quem possa aceder a este recanto onde a nossa opinião conta.