sexta-feira, 6 de abril de 2007

Desumanização dos cuidados de saúde no doente com SIDA

O interesse por este tema surgiu a partir de uma reflexão sobre o papel do profissional de saúde nos atendimentos realizados em ambiente hospitalar
As implicações da reacção social à sida são muitas. Ao ser transmitida uma mensagem latente que se a pessoa não pertence aos principais grupos de risco está à partida imune, estamos a contribuír para uma maior disseminação da doença. Consequentemente as pessoas afectadas com SIDApassam a ser consideradas vítimas culposas do seu estatuto, pois se não tivessem este ou aquele comportamento desviante não estariam certamente doentes.

A sociedade ao admitir a culpabilidade das pessoas na sua própria doença, admite também que é legítimo ignora-las ou pior ainda distanciar-se delas, pois a doença é contagiosa e mortal.

Outro grupo da sociedade que pode reagir de forma negativa à doença, é composto pelos técnicos de saúde. Estes profissionais que lidam diariamente com pacientes contaminados por este vírus o da sida sofrem problemas específicos que por sua vez se vão reflectir na relação com a pessoa seropositiva.

Para nos podermos orientar e sendo a sida uma doença fatal que atinge uma faixa etária relativamente jovem (menores de 45 anos) confronta muitas vezes os técnicos de saúde com um sentimento de impotência e frustração face a este vírus mortífero. Por outro lado, a circunstancia da doença ser contagiosa, por via sanguínea e pelas secreções sexuais, representa um risco acrescido para estes profissionais, uma vez que estes prestam cuidados médicos ou de enfermagem que envolvem, actos em que esse perigo é mais iminente.

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